Porque ladram os cães?
Os cães podem, de facto, tentar conversar com os seus donos. A ciência já descobriu que há três grupos diferentes de ladrar. No livro “The Genius of Dogs”, Brian Hare, antropólogo evolucionista americano e especialista em cognição animal, reúne muitas descobertas sobre a inteligência do cão. Entre elas estão as capacidades de comunicação– milhares de anos de interação com os humanos levaram ao desenvolvimento de três grandes grupos de ladrar: os de alerta, os destinados a chamar a atenção e os que têm como objectivo brincar.
A perspicácia deste animal tão espetacular não pára por aí. Estudos recentes relatam que os animais são ainda capazes de desenvolver novas tonalidades no ladrar – com altura, duração e frequências diferentes -, para se expressar de maneira mais eficaz.
Segundo Hare, a inteligência do cão está focada em estabelecer a comunicação com o seu dono – assim como fazem os bebés humanos. Isso significa que o cão pode variar o ladrar, o olhar e até a sua movimentação se perceber que está a ser entendido – ou não. Segundo o investigador, a ciência conseguiu identificar, até ao momento, três grandes grupos de ladrar.
O ladrar que o cão usa com estranhos é mais grave e segue, normalmente, numa sequência curta. Quando o cão quer brincar, o ladrar costuma ser mais espaçado e mais agudo. Já o terceiro grupo, quando o cão quer chamar a atenção, caracteriza-se por um som nem tão grave, nem tão agudo, mas com mais espaço entre eles, do que os dois outros.
Nalguns casos, no entanto, o cão consegue criar outras variações de ladrar. Como fazer um som mais agudo, mais lento ou até choramingar.
A diferença entre os três tipos de ladrar está na altura, duração e frequência com que cada um é feito. No estudo publicado no Journal of Comparative Psychology, investigadores da Universidade da Califórnia descobriram com, o uso de espectrogramas (representação visual da frequência de um som), que o ladrar pode ser mais complexo do que se imaginava.
Nos seus estudos, Brian Hare já tinha notado que os cães também conseguem entender os humanos. Além de identificar palavras (em alguns casos decorar centenas ) e de inferir situações, eles sabem ainda fazer leitura corporal. Isso significa que ele sabe quando está a ser observado, consegue ter empatia e pode copiar ações do dono, aprendendo a resolver um problema espacial, por exemplo.