O impacto dos parabenos na saúde dos nossos animais
Uma parte dos animais de estimação que permanecem principalmente no interior das habitações podem apresentar taxas aumentadas de doenças, como diabetes, doenças renais e hipotiroidismo. Alguns cientistas propõem que certas substâncias químicas presentes nas nossas casas possam estar a contribuir para o aumento destas doenças.
Um grupo de investigadores analisou como os animais de estimação podem ser expostos aos parabenos, conforme relata um artigo publicado na revista científica “Environmental Science & Technology” da American Chemical Society.
Os parabenos pertencem a uma classe de produtos químicos muito utilizados em cosmética, como champôs ou cremes. Tratam-se de conservantes eficazes em muitos tipos de fórmulas, sendo por isso utilizados para eliminar micro-organismos, como fungos e bactérias.
Contudo, vários estudos já verificaram que estas substâncias interferem com o sistema hormonal e têm efeitos prejudiciais nos sistemas reprodutivo, neurológico e no desenvolvimento.
Nesta investigação, a equipa, liderada por Kurunthachalam Kannan, do departamento de saúde pública do estado de Nova Iorque, queria investigar a exposição de cães e gatos aos parabenos em produtos alimentares para animais à venda nos EUA e analisar as substâncias presentes na urina dos aniamis que participassem no estudo.
Isto porque, estudos anteriores já tinham verificado a presença de outros compostos, como metais pesados e bisfenol A, em alimentos para animais de estimação, mas, até ao momento, muito pouco se sabia sobre parabenos neste mesmo contexto.
Os investigadores analisaram 58 variações de produtos alimentares para cães e gatos e 60 amostras de urina dos animais. O parabeno, denominado metilparabeno e o metabolito, o ácido 4-hidroxibenzóico (4-HB), foram os produtos químicos mais abundantemente detectados nos alimentos para os animais de estimação, bem como na sua urina.
O estudo também verificou que os alimentos secos continham níveis mais altos de parabenos e metabólitos do que os alimentos húmidos. Além disso, no artigo, a equipa relata ainda que os alimentos para gatos apresentavam maiores concentrações de parabenos do que os alimentos para cães.
Após a análise da urina, os cientistas calcularam a ingestão cumulativa de exposição para cães e gatos. Ao comparar os dados, a equipa concluiu que os cães estão expostos a outras fontes de parabenos, além da alimentação, enquanto que a exposição dos gatos é principalmente da dieta.