Cães detetam odor que antecede crises epiléticas
Existe um composto orgânico volátil associado às crises epilépticas. E cães treinados conseguem ajudar a detetar.
Investigadores do Comprehensive Epilepsy Program at Denver Health, que passaram os últimos anos a estudar a epilepsia, descobriram que esse composto poderia ser idêntico ao que as pessoas exalam quando sentem medo, contudo – para os cães – é impossível distinguir entre os dois.
Estudos anteriores realizados pela mesma equipa já tinham demonstrado que os cães podem detetar crises epilépticas com um grau de fiabilidade impressionante (93,7%) e, de facto, podem fazê-lo com antecedência, até 68,2 minutos antes de estas acontecerem.
Para este interessante estudo, um grupo de cães do Canine Assistants – que tinham sido previamente treinados para detetar ataques epilépticos – foi exposto a amostras de suor retiradas aos voluntários – pessoas sem histórico de epilepsia em dois ambientes de teste, enquanto assistiam a um filme de terror (It, de Stephen King) ou uma comédia (Airplain)
Posteriormente, a gama de odores também foi ampliada, oferecendo aos cães outras amostras: suor decorrente de medo, suor proveniente de exercício, suor resultante de uma crise epilepsia e outros odores diferentes para tentar entender melhor a fiabilidade das respostas caninas.
Os resultados?
Houve uma combinação quase perfeita na deteção de odores de convulsão e odores de medo. Ou seja, os cães identificaram as amostras de odor decorrente do medo, assim como as amostras de odor que antecedia as convulsões epilépticas.
Por esse motivo, os investigadores consideram que o composto orgânico volátil associado às crises epilépticas pode ser o mesmo decorrente do medo: esse composto não seria apenas um biomarcador precoce para as crises, mas também uma feromona de alerta humano.
Pode ler mais sobre o estudo, aqui: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1525505021003127#!