Olfato e visão nos cães estão interligadas em ligações neuronais
O olfato dos cães está integrado à visão e a outras partes únicas do cérebro, revela um novo estudo da Universidade de Cornell, que lança uma nova luz sobre como os cães experimentam o mundo.
“Nunca tinha sido vista, em qualquer outra espécie, esta conexão entre o nariz e o lobo occipital, funcionalmente o córtex visual em cães”, explicou Pip Johnson, professor assistente de ciências clínicas e líder da equipa que desenvolveu o estudo, denominado “Extensive Connections of the Canine Olfactory Pathway Revealed by Tractography and Dissection.”
“Quando entramos numa sala, usamos principalmente a nossa visão para descobrir onde está a porta, quem está na sala, onde está a mesa”, explanou o investigador, acrescentando que, ao invés, nos cães, “este estudo mostra que o olfato está realmente integrado à visão em termos de como eles aprendem sobre o seu ambiente e se orientam nele”.
A equipa de cientistas liderada por Johnson encontrou conexões onde o cérebro processa a memória e a emoção, que são semelhantes às dos humanos, bem como ligações nunca documentadas com a medula espinal e o lobo occipital que não são encontradas em humanos.
A pesquisa corrobora as suas experiências clínicas com cães cegos, que funcionam notavelmente bem. “Eles ainda podem brincar quando lhe dizemos “busca” e percorrer as imediações muito melhor do que os humanos com a mesma condição”, disse Johnson. “Saber que existe uma autoestrada de informação entre essas duas áreas pode ser extremamente reconfortante para os donos de cães com doenças oculares incuráveis”.
O resumo do estudo pode ser lido, aqui: http://dx.doi.org/10.1523/