Que tipo de dono de gato é?
Existem cinco tipos de donos de gatos, aponta um estudo da universidade britânica de Exeter. Fica contente com os ratinhos ou outros animais que o seu felino caça e lhe ‘oferece’como prenda ou…nem por isso? Leia mais no nosso blog.
Os donos de gatos enquadram-se em cinco categorias, em termos das suas atitudes em relação à perambulação e caça dos seus animais de estimação.
Investigadores da Universidade de Exeter entrevistaram donos de gatos no Reino Unido e descobriram que eles variavam de “cuidadores conscienciosos” preocupados com o impacto dos gatos na vida selvagem e que sentem alguma responsabilidade, a “defensores da liberdade” que se opunham a restrições ao comportamento felino.
Existem também os “Protetores preocupados” que se focavam na segurança dos gatos, “guardiões tolerantes” que não gostavam que os seus gatos caçassem, mas tendiam a aceitar o comportamento, e tutores, denominados pelos cientistas, de “laissez-faire” – ou em português o denominado ‘deixa-andar’ – que desconheciam quase todos os problemas relacionados com os seus felinos caçadores.
As organizações defensoras da conservação da natureza há muito que se preocupam com o número de animais capturados pela grande população de gatos domésticos do Reino Unido.
A maioria dos gatos de companhia mata poucos animais selvagens, mas com uma população de cerca de 10 milhões de gatos, o número de pássaros, pequenos mamíferos e répteis capturados pode avolumar-se.
Além do seu papel de “caçadores”, a maioria dos tutores fica desconfortável com o facto de os seus felinos trazerem animais mortos para casa.
Abordar este problema tem sido difícil devido a divergências entre as pessoas que priorizam o bem-estar dos gatos e aquelas que se concentram na conservação da vida selvagem.
O projeto de estudo da equipa de Exeter , denominado “Cats, Cat Owners and Wildlife”, visa encontrar um equilíbrio em que todos ganhem, identificando formas de os tutores controlarem os seus gatos (e que os beneficiem) e que também reduzam a matança de animais selvagens.
Este estudo é, por isso, um passo para entender como os tutores de gatos veem os seus animais e como melhor podem gerir a situação de caça. Os investigadores dizem que as suas descobertas demonstram a necessidade de diversas estratégias as quais reflitam as diferentes perspetivas dos proprietários de gatos. “Embora tenhamos encontrado uma série de pontos de vista, a maioria dos tutores de gatos no Reino Unido valorizava o acesso exterior dos gatos e opõem-se à ideia de mantê-los dentro de casa para evitar a caça”, explicou a autora principal, Sarah Crowley, do Instituto de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade de Exeter em Cornwall, adiantando que “as políticas de confinamento de gatos, portanto, provavelmente não encontrarão apoio entre os tutores no Reino Unido.”
“No entanto, apenas um dos tipos de donos viu a caça como algo positivo, sugerindo que o resto pode estar interessado em reduzi-la de alguma forma. Para ser mais eficaz, os esforços para reduzir a caça devem ser compatíveis com as diversas circunstâncias dos tutores”, advertiu a especialista.
As medidas sugeridas para reduzir o sucesso na caça incluem, por exemplo, o uso de coleiras coloridas “BirdsBeSafe”. Muitos donos também colocam coleiras com sinos.
A equipa de investigação está agora a examinar a eficácia destas e de outras novas medidas e como os tutores se sentem em relação a elas, com vista a oferecer diferentes soluções.
Para que a natureza ‘vença’ e as espécies ameaçadas prosperem, é necessária uma abordagem pragmática em que as opiniões dos tutores dos gatos sejam consideradas parte de estratégias de conservação mais amplas.
O estudo incluiu 56 tutores de gatos, alguns de áreas rurais do Reino Unido (principalmente no sudoeste da Inglaterra) e alguns de áreas urbanas (Bristol e Manchester). O artigo, publicado na revista Frontiers in Ecology and the Environment, intitulado:“Diverse perspectives of cat owners indicate barriers to and opportunities for managing cat predation of wildlife” pode ser lido, aqui.